O projeto de construção de barreiras de retenção de detritos em Nova Friburgo e Teresópolis avançou com a entrega do Manual de Mapeamento Simplificado e a apresentação dos capítulos do Manual Sabo, durante o 3º Seminário do Projeto Sabo, encerrado nesta quarta-feira (10) na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). As estruturas, desenvolvidas em parceria com o Japão, visam reduzir danos em caso de desastres e terão sua primeira obra iniciada em janeiro, em Nova Friburgo.
Presente no encontro, do secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, destacou a perspectiva de aumentar a capacidade de prevenir desastres no Brasil. “Ao apresentarmos os manuais e os projetos, consolidamos quase cinco anos de trabalho conjunto entre Brasil e Japão no Projeto Sabo, adaptando uma tecnologia de excelência mundial à realidade brasileira. Esse seminário marca um passo decisivo para que essa metodologia se difunda pelo País, aumentando nossa capacidade de prevenir desastres e proteger comunidades. É um legado duradouro para a segurança da nossa população e para o fortalecimento da gestão de riscos no Brasil”, afirmou.
O Projeto Sabo – Projeto de Aprimoramento da Capacidade Técnica em Medidas Estruturais contra Movimentos Gravitacionais de Massa com Foco na Construção de Cidades Resilientes – começou em julho de 2021 com o objetivo de salvar vidas, proteger o patrimônio e diminuir o poder destrutivo dos eventos adversos. A conclusão do projeto está prevista para junho de 2026.
“As mudanças climáticas sinalizam que os desastres continuarão ocorrendo e serão cada vez mais frequentes e intensos. Em 2011, na Região Serrana do Rio de Janeiro, morreram quase mil pessoas e centenas seguem desaparecidas, foi uma catástrofe. Isso ocorreu devido ao fluxo de detritos, situação observada após a ocorrência de chuvas intensas, quando descem do morro sedimentos, blocos, tudo o que a água consegue arrastar, devastando a região. O Japão é um país que tem muita experiência com esse fenômeno, por isso fomos buscar essa parceria e, consequentemente, conhecimento e tecnologia”, acrescentou Wolnei.
O desastre citado pelo secretário ocorreu na Região Serrana do Rio de Janeiro, em janeiro de 2011, atingindo principalmente Teresópolis e Nova Friburgo. Nova Friburgo receberá uma barreira do tipo impermeável, instalada próximo ao Hospital São Lucas, no bairro Duas Pedras, com execução prevista para 22 meses. Teresópolis, por sua vez, receberá uma barreira permeável.
Seminário do Projeto Sabo
O primeiro dia do seminário, nesta terça-feira (9), contou com uma palestra do diretor do Departamento Sabo do Ministério da Terra, Transportes, Infraestrutura e Turismo do Japão, Masaru Kunitomo, sobre a atuação do governo japonês diante de desastres de fluxo de detritos. O secretário Wolnei também ministrou uma apresentação explicando como foi firmada a parceria entre os dois países para transferência de tecnologia Sabo.
Barreiras permeável e impermeável
A barreira Sabo é uma estrutura resistente que retém o movimento gravitacional de massa, chamado de fluxo de detritos. As barreiras permeáveis possuem estruturas metálicas embutidas para reter o material mais grosseiro, como grandes blocos e fragmentos rochosos. Elas também permitem o fluxo natural do escoamento do leito dos rios, o que reduz o impacto ambiental. Já as impermeáveis conseguem conter os sedimentos com granulometria mais fina, como areia e argila, por exemplo.
Fonte: Brasil 61

