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MIDR e CNI avançam em parceria para fortalecer Complexo Econômico-Industrial da Saúde

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) trabalha para aproximar as políticas de saúde e de desenvolvimento regional. Nesta quinta-feira (23), representantes do governo e da indústria se reuniram em Brasília, na Confederação Nacional da Indústria (CNI), para alinhar ações do Grupo de Trabalho do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS). Criado a partir de um acordo entre MIDR e CNI, o GT reúne também representantes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Ministério da Saúde, com o objetivo de fortalecer a produção nacional e promover o desenvolvimento regional por meio do setor da saúde.

Durante a reunião, foi apresentado ao secretário de Desenvolvimento Regional e Territorial, Daniel Fortunato, o Observatório Nacional da Indústria. A ferramenta é o principal hub de articulação, curadoria, desenvolvimento e difusão de produtos de inteligência prospectiva, estratégica, competitiva e mercadológica. Ela reúne informações produzidas pela Rede de Observatórios e pelos Departamentos Regionais do SESI, SENAI, IEL e Federações das Indústrias.

Fortalecer a produção nacional e reduzir a dependência externa

O Grupo de Trabalho foi criado em razão da alta dependência do Brasil de insumos e equipamentos importados na área da saúde, com o propósito de ampliar a capacidade tecnológica do país, consolidar um sistema produtivo capaz de responder às demandas do Sistema Único de Saúde (SUS) e promover o desenvolvimento regional sustentável. De acordo com dados do Observatório, entre 1997 e 2024 o Brasil exportou cerca de US$ 5 bilhões em insumos de saúde, enquanto as importações somaram US$ 22 bilhões, o que reforça a necessidade de fortalecer a produção nacional.

“É com muita alegria que conheci hoje aqui o Observatório Nacional da Indústria e essa sensação de poder contar com dados de tamanha relevância e importância para a implantação de políticas públicas — isso é transformador. Eu sempre falei que política pública se faz com dados, e aqui nós temos dados, e dados já trabalhados, inclusive com proposta de execução. Tenho certeza de que a nossa atuação agora no Complexo Industrial da Saúde, dentro de todo o trabalho da Nova Indústria Brasil, será muito propositiva, e esses dados serão extremamente satisfatórios e muito bem utilizados por todos”, destacou o secretário Nacional de Desenvolvimento Regional e Territorial do MIDR, Daniel Fortunato.

Políticas públicas baseadas em inteligência de dados

O acordo com a CNI prevê a produção de insumos estratégicos, como diagnósticos territoriais e bases de dados, para subsidiar políticas públicas voltadas à inovação e à reindustrialização regional. A proposta é garantir que as decisões públicas sejam orientadas por dados e contribuam para gerar emprego, renda e desenvolvimento equilibrado entre as regiões.

Durante a apresentação, Danilo de Severian, especialista em Políticas e Indústria na CNI, ressaltou a importância do Observatório na formulação de políticas mais precisas e orientadas por evidências. “O objetivo foi apresentar os dados que o Observatório vem levantando sobre o Complexo Industrial da Saúde e pensar na regionalização das cadeias produtivas desse setor, que compõe a Missão 2 da Nova Indústria Brasil, a política industrial do país. Foi um encontro muito construtivo. Conseguimos expor as potencialidades e vulnerabilidades do Brasil e apontar caminhos para avançar na complexificação e no adensamento das cadeias produtivas da saúde, integrando o território nesse processo”, afirmou.

“Nosso papel é apoiar a formulação de políticas bem informadas, oferecendo um mapeamento completo da estrutura produtiva do país, dos produtos que são fabricados, exportados e importados, e orientando decisões com base na melhor informação disponível”, complementou.

Próximos passos

Durante a reunião, foram definidas ações prioritárias para o andamento do Grupo de Trabalho, entre elas:

  • aprimorar a qualidade e disponibilidade de dados sobre o setor;
  • coordenar o planejamento entre o setor público e o privado, desde a pesquisa e produção até o uso em saúde;
  • compreender as dinâmicas territoriais da oferta e da demanda dos produtos do CEIS;
  • identificar empresas do complexo no território nacional;
  • analisar as vulnerabilidades e dependências externas;
  • e mapear as compras públicas do SUS em uma perspectiva regionalizada, identificando oportunidades de produção local.

Segundo o secretário Daniel Fortunato, “o próximo passo é unir esforços e ser mais propositivo nas iniciativas dentro do Complexo da Saúde e no território”.

Saúde como estratégia de desenvolvimento regional

O fortalecimento do setor da saúde é considerado um eixo estratégico de desenvolvimento regional. “As compras governamentais na área da saúde têm peso elevado e podem estimular a produção nacional. Além disso, a pandemia mostrou a vulnerabilidade do país ao depender de insumos básicos importados. É fundamental garantir autonomia produtiva”, reforçou João Mendes, diretor de Desenvolvimento Regional e Territorial do MIDR.

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